Compartilho, com vocês, a matéria que saiu no O Globo na versão para Ipad ontem. Está bem completa e falaram com vários profissionais, inclusive sobre a questão da “pegadinha” do artigo 7 do PL 1631. Parabéns à repórter Manuela Andreoni!
Maternidade atípica, autismo, amor.
Bom dia.
Sou Sarah Nivea, mãe de um aspie de 11 anos.
Não venho aqui para agredi-la verbalmente, mas sim para desabafar.
Fiquei e ainda estou muito chateada com sua entrevista… a senhora falou demais, foi um show de ego inflado e opiniões pessoais.
Infelizmente a grande massa da população brasileira é altamente manipulável e ainda não está completamente globalizada, portanto, peço uma retratação sua em rede nacional e não em Facebook, pois o que foi dito no domingo passado subentende-se que o Adam era aspie e por ele ser aspie fez o que fez (assista o vídeo em 2:10min, por favor).
Pelo que saiba, a senhora não é médica psiquiatra nem tampouco o Adam foi seu paciente, portanto, não deveria ter dito que ele era aspie. A senhora não tem poder para dar diagnósticos sem uma base médico-científica séria.
Também não vou nem dizer que a senhora se contradisse algumas vezes quando falava sobre psicopata… vou deixar para lá.
O meu filho, que é um aspie de 11 anos, quando assistiu entrou numa crise séria, como não tinha a quase um ano. Ele, que é um menino culto para a sua idade, falou coisas profundas que marcou muito meu coração.
Foi completamente desnecessário e deselegante falar que “um bebê que não sorri, não é legal. Um bebê que não brinca, um bebê que chora muito, uma criança perversa que joga o gato em água quente, isso pode ser sinal de psicopatia”… eu me pergunto: o que é não ser legal??? Pelo amor de Deus, quanta confunsão! Uma criança que não sorri, não brinca ou chora muito pode ter, além de autismo, várias outras síndromes genéticas que nada têm a ver com a psicopatia ou a perversidade*. Conheço, pelo menos duas pessoas que são seres humanos maravilhosos, que infelizmente na infância praticaram atos bizzarros com baratas, pintinhos, sapos… A senhora, do jeito que falou, expondo sua opinião pessal, generalizou tudo!
A tragédia que aconteceu nos EUA foi decisão de um único indivíduo. Se o Adam era ou não aspie é tão irrelevante quanto sua altura. É lamentável penalizar todos os pertencentes ao espectro do autismo pelos atos de um só. Meu filho está com medo de sair na rua, pois ele pensa que vão matá-lo por achar que ele é assassino em potencial. Isso não se faz!
Meu filho e eu já sofremos muitos preconceitos por parte de pessoas que se acham donas da verdade, já chorei muito por isso! Eu lutei e luto muito para meu filho ser aceito na sociedade e não vou permitir que palavras mal ditas em um momento infeliz num programa sensacionalista perante um apresentador completamente ignorante estrague meu trabalho de anos, estrague a vida do meu filho.
Saiba, que por mim e por diversos pais, essa estória não ficará assim. Essa estória, e principalmente, seu nome, já está em algums países, como por exemplo, a Noruega, Inglaterra, França, Espanha, EUA, Portugal, Argentina… pelo que sei, todos estão chocados! Saiba que a informação boca a boca está a toda e esta é a mais importante. Faremos tudo o que estiver na lei para que essa grande besteira seja desfeita. Pode ter certeza que sua retratação será realizada em rede nacional na presença de aspies adultos e de psiquiatras renomados. É muito mais fácil, comodo e nada vergonhoso utilizar o Facebok para se desculpar… atrás de seu laptop no conforto de sua casa e ainda solicitando amigos para defendê-la. A grande massa não tem acesso ao Facebook!
Não tenho pena da senhora e acho lamentável sua posição de vítima. Nem meu filho, que apresenta uma disfunção neurológica, eu trato como vítima, imagine a senhora. Seja profissional, assuma seus erros! Não é vergonha assumi-los, deixe seu ego de lado e seja humilde! Coloque em seu blog, no qual até a senhora diz que é atriz e modelo…, uma retratação, por favor. Saiba que também sou contra alguns pais e familiares não a tratarem com respeito.
Por fim, desejo que tudo seja esclarecido da melhor maneira possível e o mais rápido também. Os Aspies merecem!!!!
Saudações.
Sarah Nivea, mãe de um aspie
Sarah Nivea, sua carta disse tudo o q precisa ser dito. Muito obrigada! Abraços e sim….vamos brigar até o ultimo. Ana Muniz – São Carlos – SP
EXCELENTE!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Informação correta, verdadeira para elucidar e desmistificar colocações injustas, como as do programa televisivo.
Parabéns!
Ficou jóia, né Marilei? Adorei ter feito parte! 🙂
Eu enviei essa carta para apsicóloga Elizabeth Monteiro.
Desculpe se minha mensagem foi confusa… eu a enderecei à psicóloga Elizabeth Monteiro. Seu texto é maravilhoso! Parabéns!!!
Hahahaha! Sarah, vc me assustou! Achei que vc tava me descascando! 🙂
Parabéns, meninas!!!.
Texto incrivel!
Gostei da indignação da Sarah, compartilho com você da dor e repúdio a todas as declarações desta senhora, ela neste momento deve estar de cabeça cheia de tanta repercurção do assunto, parabéns por suas explicações e tb tenho um filho com 17 asperger, amavel, carinhoso, educado, e mesmo eu sendo pobre sem muitos recursos, e enfrentando dificuldades como foi esse nosso ano, ele nunca agrediu ninguém, e as vezes que teve crise nunca quis matar ninguém. “Tamu” juntas e ninguém vai calar nossa voz.
Tenho um filho com def. visual e tanstorno global do desenvolvimento dentro do espectro autista, qdo mudei de casa e tive que procurar outra escola, sofri muito, porque todas justficaram que não podiam recebê-lo porque já tinha uma criança com deficiência na turma com seg professor, e que ele sairia prejudicado, pois não teria a devida atenção, foram três escolas, uma delas ele até frequentou dois dias, porém a seg profe dele, disse que não queria mais ficar com ele, essas palavras foram ditas na frente dele!!!!Ela foi literalmente apoiada pela escola e por quem representa a Ed. Especial, disseram assim”É td diferente pra profe, que deixou outra escola só pra vir atender o seu filho, ela esperava mais reconhecimento”, e pra mim e pro meu filho não era diferente???Fiquei plantada na porta da escola esperando que ela viesse receber o meu filho, bateu o sinal e nada, derepente ela apareceu com uma expressão enferruscada, e disse “eu tava esperando lá na sala, o tempo todo”, eu não conhecia a escola, mas ela já trabalhava lá no período da manhã, portanto não era assim tão diferente pra ela não!!Resumindo nos mandaram procurar outra escola, porque lá houve uma “empatia”, o que evidentemente não é o termo adequado. E mais, alegou que eu a ameacei, porque disse que iria ligar para o setor de Ed. especial, na Gered.
Que triste, Rosi! Lute pelos direitos do seu filho!
Confesso que ao ler a matéria publicada no “O Globo” e colocada aqui no blog, em sua íntegra, me sinto mais tranquila e de certa forma, defendida.
Parabéns, Andrea, pelo seu blog e suas palavras. Tenho um menininho tão encantador quanto o seu e estamos juntas na luta por um futuro digno, repleto de oportunidades e felicidade para eles e tantos outros!
Abraços!!!!
Que bom, Claudia! Fico muito feliz! 🙂
Isso é o chamado jornalismo de verdade!
Sou professora de matemática, pedagoga e psicopedagoga.
Tive a oportunidade de trabalhar com crianças autistas durante 3 anos. Trabalhava conceitos matemáticos, atividades de culinária e de jardinagem.
Aprendi muito com cada criança que frequentava a sala de aula. Amei e amo cada uma delas. São crianças que podem se desenvolver, só depende de tempo e de atenção de um adulto com capacidade para tal.
Minha visão mudou totalmente sobre como é um autista. Além de tudo que já sabemos sobre estas crianças, cada autista tem que ser respeitado na sua individualidade como respeitamos todas as crianças. Tem os geniosos e os super carinhosos (da sua forma de ser).
Tem os inteligentes e os que pouco aprendem.
Tem os mais dependentes e os menos dependentes de cuidados especiais
Tem também os mais agressivos e os menos agressivos.
Tem os que podem estudar em salas regulares e os que não podem.
Enfim, cada criança autista é diferente das outras, não podemos pré-julgar nenhuma delas.
Se o garoto que cometeu todos estes assassinatos era um aspie agressivo, ele deveria ter sido melhor trabalhado quando criança. NUNCA deveria ter armar em sua casa, não pelo fato dele ser um aspie mas sim pelo fato dele ser uma pessoa desiquilibrada.
Concluo: Uma pessoa desiquilibrada pode matar, sendo ou não um aspie.
Ótima resposta!
Também concordo com tanto repúdio, afinal meu filho tem 17 anos, é asperger e também deficiente visual total, é maravilhoso, faz natação, aulas de piano a 7 anos toca Betoven, Bach…para quem duvidar procura no google yuri karpinski tocando peixe vivo e aquarela.
Olá boa noite,eu também tenho uma filha asperger,muito carinhosa,linda,inteligente,concordo com tudo que já foi dito,isto é uma vergonha,nossos filhos serem comparados com assassinos,psicopatas não dá para engolir isto,temos que nos unir e lutar até o ultimo minuto,não podemos nos calar basta de tanta falta de respeito,minha filha tem 32 anos de idade,e confesso que estou indignada com o que foi dito naquele programa,triste.
Dea,um dia vc me disse que se sentia impotente quanto ao Theo,que achava que fazia pouco para o desenvolvimento dele( normal para todas as mães que sempre acham que se entregam pouco e realmente 24 horas por dia é muito pouco),agora posso te dizer o que eu penso dessa observação sua,não é só o Theo que foi privilegiado com o esforço e dedicação dessa super mãe,mas milhares de mães que se sentem abraçadas e amparadas belas suas palavras,pelo seu carinho! Ta sempre procurando ajuda para uma nova passageira dessa viagem cheia de surpresas! Parabens para vc e todas as mães envolvidas nessa luta e em muitas outras que virão! E nunca se esqueça sempre que paramos para amparar alguém,com certeza estamos fazendo a diferença na vida deles e na nossa também! Bjs
Dani, não consigo fazer diferente. Tento dar a minha contribuição. E conheci gente tão jóia nessa caminhada (tipo você)! Tem que valer a pena!
Um bjo