Como todos já devem saber, Lya Luft escreveu, em sua coluna em uma revista de circulação nacional, um texto onde discorre sobre os assassinatos de Newtown. Sinceramente, não tenho mais o que dizer sobre esse assunto…se ela tivesse parado nele.
Mas Lya Luft fez menção à inclusão escolar e, sutilmente, à lei recentemente sancionada por Dilma Roussef, que reforça a necessidade das crianças autistas serem incluídas nas escolas regulares. “O politicamente correto agora é a inclusão geral, significando também que crianças com deficiência devem ser forçadas (na minha opinião) a frequentar escolas dos ditos “normais“ (também não gosto da palavra), muitas vezes não só perturbando a turma, mas afligindo a criança, que tem de se adaptar e agir para além de seus limites — dentro dos quais poderia se sentir bem, confortável, feliz”, afirma.
“Politicamente correto” é coisa chata, só que não. Já repararam que, na maioria dos casos, quem reclama do politicamente correto é branco, heterossexual, neurotípico e não pertence a nenhuma minoria? Incrível isso!
E esse argumento, hein?! Que as crianças com deficiências vão ser “forçadas” a frequentar a escola regular? E terão que se adaptar e “agir para além dos seus limites”? Pôxa, Lya! Tenho que dizer que faltou originalidade aí! Esse foi exatamente o argumento usado por muitos conservadores, nos EUA, quando começou a discutir-se o fim das escolas para brancos e para negros. Que “isso seria ruim para os negros, que sofreriam muita discriminação se frequentassem as mesmas escolas dos brancos”.
Ohhhhh! Esse, também, é um argumento parecido com o dos que dizem que “mulher não deve mostrar demais o corpo para não correr o risco de ser estuprada”.
Pois aí é que está a questão: para vivermos bem em sociedade, o segredo é ensinar as pessoas a não serem racistas, os homens a respeitarem as mulheres e todos a respeitarem e aceitarem as pessoas com deficiência!
E, para encerrar, a escola é o lugar onde TODOS têm que se adaptar. As crianças educadas, as bagunceiras, as mais e menos inteligentes. É na escola que se molda o indivíduo para conviver com os demais. E é agindo além dos limites que superamos nossas dificuldades.
Não vai ser diferente com nossos filhos. É adaptando-os ao convívio social – e adaptando a sociedade a eles – que terão alguma chance de se tornarem independentes e produtivos no futuro.
Portanto, sinto muito dizer que nossos filhos vão, sim, continuar “perturbando” a turma. E a sociedade. Até que tenhamos um país realmente inclusivo, que saiba conviver com as diferenças e aprender com elas.
Segue o texto completo de Lya Luft. Se você quiser enviar uma carta à Veja sobre essa matéria, use o email veja@abril.com.br.
O ano das criancinhas mortas
| Lya Luft | Veja | 31/12/2012 |
Ao contrário do habitual, não escrevo sobre projetos, sonhos, depressões e culpas que para muitas pessoas caracterizam as festas de fim de ano. Não sou qualificada a falar do tema que elegi, a não ser como observadora das nossas glórias e misérias humanas: mas às vezes não dá para calar. Refiro-me ao que, tendo ocorrido há duas semanas, ainda me faz arrepiar a raiz dos cabelos: mais uma carnificina nos Estados Unidos, mais um demente solto a fuzilar gente inocente. Nesse caso, vinte criancinhas de 6 e 7 anos, e suas professoras (antes, a mãe do assassino).
Já ocorreu neste nosso Brasil, embora, que eu saiba, uma vez ou duas, em uma escola no Rio, em um cinema em São Paulo. Já ocorreu numa escola na civilizadíssima Escócia e na mais civilizada ainda Noruega, onde um insano matou dezenas de jovens numa ilha sossegada. S
e nos Estados Unidos são frequentes essas matanças, por aqui morremos todos os dias nas ruas, nas casas, a tragédia é cotidiana: morremos mais aqui do que em qualquer guerra. Não sei se há muito a fazer, cada país tem suas características próprias, mas no caso dessas carnificinas por um desequilibrado deverá ser algo cirúrgico, rigoroso, ainda que sendo humano.
Escapando de jogos políticos e outros interesses, o que é quase impossível, sobrepondo-se ao lastimável politicamente correto, o que exige coragem. Primeiro, precisamos de rigor no controle de armas. No Brasil e em outros países onde o narcotráfico é forte, a miséria grande e os vícios quase incontroláveis, compram-se armas de fogo por alguns trocados em qualquer beira de favela ou embaixo dos viadutos.
Mesmo nos Estados Unidos, que mal saem do choque pela morte das crianças — um policial que chegou primeiro ao local, tendo servido em duas guerras, disse nunca ter visto carnificina igual à executada naqueles corpinhos — há quem batalhe duramente em favor do uso de armas. Teria a ver com liberdade, “qualquer cidadão tem de poder possuir armas para se defender“. Obama, na ocasião, indagou se a liberdade valeria tantas mortes. A arma usada pelo criminoso era de guerra, mas, segundo comerciantes, é uma das mais vendidas no país.
Talvez seja uma pergunta ingênua, mas não seria melhor controlar isso de que precisamos nos defender em lugar de favorecer que qualquer um adquira armas pesadas?
Segundo, precisamos, sim, rever em toda parte nossos conceitos, leis e preconceitos quanto a doenças mentais. O politicamente correto agora é a inclusão geral, significando também que crianças com deficiência devem ser forçadas (na minha opinião) a frequentar escolas dos ditos “normais“ (também não gosto da palavra), muitas vezes não só perturbando a turma, mas afligindo a criança, que tem de se adaptar e agir para além de seus limites — dentro dos quais poderia se sentir bem, confortável, feliz.
Pessoas com qualquer tipo de transtorno mental devem ser cuidadas conforme a gravidade de sua perturbação, que pode ser leve ou chegar a estados perigosos para si mesmas ou para os demais — o que na maioria das vezes irrompe ou se agrava no fim da adolescência. Mas em geral, pela tremenda dor de termos um filho ou filha com tais problemas, fingimos que nada ali é “anormal“ (detesto essa palavra também).
É feio levar ao médico a criança com transtornos psiquiátricos, porque é feio desconfiar que um filho ou filha tem esse tipo de “problema“: é mais feio ainda aceitar tratamento (“remédios fazem mal“, “vacina me deixa doente”, “anticoncepcionais me atacam os nervos“).
Pior que tudo, pensar em colocar mesmo nas melhores clínicas quem já não tem condições de viver e conviver com os outros na escola, na rua e até em casa. Parece ter sido o caso do jovem Herodes americano, que a mãe protegeu até onde foi possível, mas que, depois de a liquidar com vários tiros de arma pesada na cabeça, chacinou vinte inocentes criancinhas e seis professoras. Ao fim e ao cabo, chegando a polícia para interromper sua faina mortal, o rapaz se suicidou. Por alguns momentos, breves, o mundo respirou em relativa paz.
Imagem: Shutterstock
A criança não será forçada a se adaptar às neurotípicas, ela será estimulada a isso. É bem diferente. Os pais certamente saberão se é tempo da criança ir pra escola regular, seja com moderação ou não, ou se precisa mesmo da escola especial. Ninguém vai “jogar” o filho em uma escola e deixá-lo a mercê da direção. Verificamos tudo de perto. E discriminação não é “exclusividade” de quem possui algum distúrbio neurológico. Também sofrem os gordinhos, os ruivos, os que usam óculos, aparelho, magricelos, ou seja, qualquer um do padrão dito que o faça “diferente”. Faz parte da nossa missão como pais ensinar nossos filhos a respeitarem todos, independente de como sejam, pra não se tornarem algozes de outras crianças. Lembro com muito pesar de uma vizinha que optou por tirar a filha da escola pois estava em tratamento quimioterápico e portanto estava careca. Crueldade né?
Vc disse bem, as crianças do espectro terão que se adaptar mas a escola deve se adaptar também. Exclusão não é e nunca foi a solução!
Michele, TUDO errado. Fica difícil até de saber onde começar a comentar…
Porque as pessoas insistem que nossos filhos fazem mal aos outros???
E, aí, jogam como se estivéssemos fazendo mal a eles?
Indignada!
Lya Luft já não vem me agradando a algum tempo e com este texto, até que começou bem, mas acabou por me deixar “P da vida”. Segundo o que ela acha deveríamos voltar a Idade Média e talvez “jogar fora” crianças com qualquer diferença ou deficiência, assim facilitamos a vida delas, evitando que elas sofram e do resto da sociedade, evitando o transtorno que causam. COMO ASSIM????? Independente de bandeiras e de títulos “politicamente corretos”, ela está falando de pessoas, de seres humanos que tem direito de viver e conviver em sociedade. O que é normal, o que para ela e para os outros é aceitável?
.
Trancar, prender e esconder não é aceitável tá!!!!! Lyas Lufts do mundo vocês precisam aprender a conviver com todos independente de cor, raça, religião, opção sexual, deficiências, ineficiências ou seja la o que for. MUNDO PRESTE ATENÇÃO DE UMA VEZ POR TODAS: TODO SER HUMANO TEM O DIREITO DE VIVER EM SOCIEDADE INDEPENDENTE DAS DIFERENÇAS, GOSTEM VOCÊS OU NÃO.
.
* desculpem o tom agressivo do meu comentário, mas é que eu fiquei revoltada com este texto, estou farta de tanto preconceito e intolerância, e antes que alguém venha dizer que eu falo isso por que tenho um filho, irmão, primo ou qualquer outro parente diferente, quero deixar claro que não, eu acompanho este blog apenas por que gosto. E gosto dos gays, dos down, dos surdos, dos mudos, dos paralíticos, dos que tem nanismo, dos que tem PC e por ai vai, simples assim eu gosto das pessoas e acredito que todas merecem meu amor incondicional.
Parabens Jana……vc disse tudo…….Roberto Arcoverde
Revoltante mesmo!! seu texto não foi agressivo…o dela sim foi…agrediu a sociedade como um todo…e não precisa ter algum familiar com deficiência para se indignar…basta ser humano!.
Parabéns!.
Parabéns, Jana. Gostei do seu artigo..
Texto impecável. Não sei quem é vc mas deveria ser colunista. Vc escreve com a alma. Parabéns!!!.
Jana, você lavou a minha alma. Já estava sufocando de tanta indignação. Assino embaixo..
Adorei sua resposta,jana!Como mãe de um menino de 7 anos que é especial, luto pela inclusão!Infelizmente a maioria das pessoas são como essa senhora que se acha a grande escritora Lya Luft!!!Quanto despreparo ao falar de um assunto do qual nada entende!Lamentável!!
“Mas em geral, pela tremenda dor de termos um filho ou filha com tais problemas, fingimos que nada ali é “anormal“”. Que texto é esse gente? Eu tenho vergonha de ser jornalista e ver “colegas” de profissão expressando esse tipo de opinião hipócrita. Para constar, um artigo deve ter uma tese, estrutura de defesa da tese e conclusão objetiva do autor, permitindo que os leitores tirem suas conclusões. E não ser esse emaranhado de frases feitas, escritas sem sentimento, apenas usando algo que mobilizou a opinião pública. Péssimo.
Tudo travestido de piedade. Pior ainda.
Mega indignada também!!!!!!
Dea, minha amiga, falou tudo! Tou pra ver uma gente mais reacionária do que essa que fica combatendo o politicamente correto, se achando o máximo. Quando eu entrei no facebook, há 2 anos, esse debate estava em alta. Cheguei a “perder” uma amiga. E lembro que o início do fim foi uma discussão sobre a monarquia, a qual ela defendia, afinal, ser contra a monarquia é politicamente correto. Apapú. Sobre inclusão, espero que a Bebela incomode bastante. Como vc diz, sem mais.
Kkkkkkkk! Que bom poder contar com vc! 🙂
Pessoas como Lya Lutf apenas contribuem para aumentar o preconceito e a ignorância.
Sempre acompanhei os textos da Lya Luft e confesso que tenho até alguns livros. Mas, depois desse, não mais terei os mesmos olhos para com os mesmos. O comentário me deixou triste num primeiro instante, mas o que consigo sentir dessas pessoas é pena, pois elas não sabem e nunca saberão a grande oportunidade que estão perdendo de conviverem com crianças extraordinárias, abençoadas. Me sinto privilegiada por Deus por ter sido escolhida para ser mãe de uma criatura tão inteligente,com talento incontestável. Sinceramente se deem a chance de aceitar o diferente e de aprender com ele.
As pessoas, realmente, não se dão a chance…estão com as vistas cegas pelos próprios preconceitos. Esse é o maior problema.
Não discordo totalmente de vocês, mas creio que devemos discutir o assunto e não a pessoa Lya Luft. Respondi a este senhor, que achei desrespeitoso porque não creio que se contrói desta forma, destruindo.
http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/a-intolerancia-elitista-de-lya-luft
Lya Luft pondera sua opinião em poucas linhas – “Segundo, precisamos, sim, rever em toda parte nossos conceitos, leis e preconceitos quanto a doenças mentais. O politicamente correto agora é a inclusão geral, significando também que crianças com deficiência devem ser forçadas (na minha opinião) a frequentar escolas dos ditos “normais“ (também não gosto da palavra), muitas vezes não só perturbando a turma, mas afligindo a criança, que tem de se adaptar e agir para além de seus limites — dentro dos quais poderia se sentir bem, confortável, feliz.”
É preciso ter cuidado com leituras rápidas, pois assim como um conto, textos preves são delicadíssimos e podem ter – em pouquíssimas palavras – o detalhe que pode nos passar batido. Confesso que li muitas vezes para perceber o cuidado da escritora, até porque, não apenas por ser gaúcha como ela, escrevo também e sei tanto quanto ela, o poder das palavras e como elas são perigosas ou adocicadas.
Acho fundamental que mídias de alcance nacional estejam trazendo esses temas, mesmo engatados em casos de violência como a chacina nos EUA. (No entanto, as pessoas costumam ler o que é ruim muito mais do que aquilo que é bom! – isto é fato!) Nós, como pais, precisamos aproveitar estes momentos para nos enriquecermos, formarmos nossas redes de contatos e ampliarmos o olhar – o nosso e o da nossa sociedade.
Gostaria de convidá-las a ler o que escrevi no noite passada, cuidando muito para que o que eu queria dizer, fosse o que realmente estaria escrevendo. http://www.ocuidador.com.br e FB – O Cuidador..
Gostei muito do seu artigo, parabéns!.
como mãe de uma criança que possui deficiência registro aqui minha indignação. Lya Luft de nada me agrada, assim como revista que escreve. Péssimo e de profunda ignorancia seu artigo.
Na boa, uma pessoa decente e realmente esclarecida toparia ser colunista da “Veja”?
Horrível o texto de Lya Luft. Como pode ligar a inclusão escolar, protegida pela ONU, à um massacre?
Como pode ser tão ignorante em escrever que crianças com deficiência atrapalham os normais nas salas de aula? É comprovado que o convívio com os diferentes é que faz o ser humano mais humano. Essa senhora deveria sair de seu casulo antiquado e se humanizar de verdade.
A Lei de armas nos EUA não é para as pessoas matarem pessoas, óh Céus, até isso ela desconhece, a compra de armas é para caça, legalizada por temporadas. Um revisão no acesso às armar grita para acontecer, mas o Brasil chora por sua imprensa tão desinformante!
Marie Dorión Schenk – mãe de 2 crianças com autismo em classes regulares de ensino, que contribuem muitíssimo para o aprendizado de seus pares.
Marie, concordo com a Silvia que isso tudo que vem acontecendo na mídia parece um movimento orquestrado após a aprovação da lei. Vamos continuar atentas, protestando e esclarecendo sempre que for necessário!
um bjo
Estou muito triste com o artigo. Sinceramente, gostava dos textos da Lya Luft, sempre os lia, mas esse me incomodou profundamente. Vou citar a comentarista Hérica: “elas não sabem e nunca saberão a grande oportunidade que estão perdendo de conviverem com crianças extraordinárias, abençoadas.” Sou da mesma opinião.
Ficou claro nesta matéria a posição de Lya Luft quanto à crianças especiais conviverem com neurotípicos. Então teríamos que separar todo mundo? E depois essas crianças não vão ter que lutar por um emprego como qualquer outra? Não faz sentido excluir as pessoas diferentes sendo que o mundo é um só, quem vocês pensam que são para ditar o que é “normal”?
As diferenças devem ser icentivadas e respeitadas, esse caso nos EUA é culpa única e exclusivamente do fácil acesso às armas. É claro que é muito mais fácil ficar criando polêmica com quem tem dificuldades do que mudar uma lei, mas a Veja é um veículo de informação e estou decepcionada por ver esse tipo de matéria publicada.
Sim, Raquel. Se fosse por esse tipo de argumento, as crianças negras ainda frequentariam escolas separadas.
Minha mensagem para a Veja:
Me desculpem, mas essa foi demais! A senhora acima mencionada publicou um artigo contra a inclusão? Senhores digam que não, que ela se perdeu na fala (escrita) porque é um absurdo uma revista deste porte publicar algo a favor da exclusão. Quais seriam os próximos passos? Separarmos homens de mulheres? hetererosexuais dos homosexuais? Brancos de negros? Que tal separarmos por tamanho também? Os baixinhos podem ter dificuldades em conviver com os mais altos e vise-versa. Vamos seguir esta linha agora? A Veja quer isto? Acordem pelo amor de Deus. Todos somos seres humanos. O mundo precisa é que aprendamos a conviver com as diferenças, não que nos dividamos em grupos. Incomodos todos temos nas convivências e isso se chama de adaptação.
Tenho um filho com autismo de 15 anos e que já está no segundo colegial. Voces acham que foi tudo fácil? Claro que não, mas se eu não o ajudasse a se adaptar, ele não seria quem é hoje. Não podemos ter um mundo para cada pessoa ou para cada grupo, todos vivemos no mesmo mundo. Por favor peça para esta senhora repensar o que escreveu.
Que em 2013 não tenhamos mais publicações em nenhum meio de comunicação que seja a favor da exclusão. Isso é deserviço, desamor.
Cristina Alves
Inclusão de um aluno deficiente intelectual ou físico numa escola é um desafio para pessoas que não atrai gente de mente estreita e preguiçosa. Para a inclusão de um aluno(a) funcionar, apenas em alguns aspectos inicialmente – e essa parcela inicial já é algo a se comemorar, verdadeira alegria, é preciso esforço diário, vontade, renúncia, senso de oportunidade, interesse., amor ao próximo…acho que se pudesse ver o filme da história escolar do meu filho, hoje com 18 anos, lembraria de tantas outras virtudes, desprendimentos memoráveis que presenciei e/ou tive notícia por parte de professores, funcionários, colegas e respectivas famílias, psicólogos(as), além do meu próprio filho e membros da minha família!
A Sra Lya luft que discorre tão bem sobre uma infinidade de temas, mostrando-se normalmente antenada com as tendências da modernidade e pós modernidade, deu uma derrapada…pois como ela própria confessou, não é exatamente versada nesse tema, então confiou demais na sua fama e no sucesso dos seus escritos e saiu falando o que não deveria. Pena, porque dá tanto trabalho explicar…
Sou professora de crianças surdas e penso que a inclusão ainda não é clara até mesmo por pessoas como a escritora Lya Luft. Elas,as crianças, sao muito felizes de estarem numa escola onde são tratadas como os demais,seu desenvolvimento social é fantastico e chegam na maioria das vezes se sobressairem mais do que os ditos normais nas questões academicas. Com amor tudo é possível!!Ninguém é melhor ou pior que o outro.Nas diferenças somos todos iguais.
No referido artigo, a escritora já começa admitindo que não tem autoridade para falar sobre o assunto: “Não sou qualificada a falar do tema que elegi, a não ser como observadora das nossas glórias e misérias humanas: mas às vezes não dá para calar.”. Na minha opinião, perdeu sim uma oportunidade de ouro de permanecer em silêncio. Construiu um texto inconsistente, em que generaliza condições que devem ser avaliadas caso a caso, considerando-se as múltiplas particularidades de cada um.
Além disso, achei tremenda falta de delicadeza usar o termo PERTURBANDO, no seguinte trecho: “[…] muitas vezes não só perturbando a turma, mas afligindo a criança […]”. Também, que mãe, em sã consciência, deixaria seu filho “especial” jogado, desamparado, sofrendo, justamente na escola? Em geral, mães de crianças com necessidades especiais são bastante cuidadosas e atentas a essas necessidades de seus filhos e lutam pelas melhores condições de desenvolvimento para que cresçam para atingir o melhor que puderem, em qualquer ambiente, dentro de seu potencial!!!
Não sou fã do veículo de comunicação na qual essa escritora tem essa coluna, mas sei que é de alcance nacional e tem bastante influência como formadora de opinião entre os brasileiros. Assim, creio que a escritora deveria ter o cuidado de se informar melhor antes de emitir opinião tão confusa, vaga e infundada, sobre um assunto tão polêmico, num meio tão (infelizmente) influente..
Olá, me chamo Marcelle e tenho um irmão de 15 ano que foi recentemente diagnosticado autista. Foram 15 anos de peregrinação, de laudos errôneos e muito sofrimento. Gostaria muito de falar com você à respeito dele, pois é um caso sério. Obrigada por compartilhar informações!.
Oi, Marcelle. Fico feliz em ajudar. Meu email é andrea@lagartavirapupa.com.br.
Um abraço
Olá!!
Não costumo comentar em blogs, mas como acredito que seu objetivo aqui também é informar, me senti na obrigação de te falar que você está tendo sucesso no que faz. Não tenho autistas em minha família e nem convivo com um, mas posso te garantir que você atingiu seu objetivo na conscientização de mais uma pessoa. Nunca tive preconceitos, mas informação com qualidade é sempre essencial.
Parabéns pelo blog e pelo Theo.
Obrigada pelo apoio, Danielle!
Lya… Lya, Quem?!?
Ah…, sim, alguem que precisa ressaltar um massacre pra colocar sua ideias preconceituosas na coluna de uma revista?! Alguem que fala de politicamente correto pra justificar a falta de responsabilidade ao escrever com tamanha falta de informacao… ah! Sim… Mas a justificativa esta logo na segunda frase, a senhora nao e qualificada, alguma razao ela tinha que ter, nao mesmo?!
No mais nda a ser dito.
Triste, amiga. E eu ainda acho que estamos apenas começando. Essa lei forçando a inclusão tá incomodando muita gente…
Não deveria ter falado nada! Eu gostava de ler os textos dela, livros e tudo o mais, mas fiquei profundamente magoada com esse seu ponto de vista. É como se descobrisse que ela nunca foi o que imaginei. Que pena! Vamos continuar nossa luta… Beijos a todos!
Nunca fui muito com a cara dessa mulher, com seus textos pseudo-edificantes. Agora a máscara caiu, Assim como a do Nelsinho Motta com aquele jeitinho de eterno garoto moderno. Elan a Veja, ele no Estadão, são a cara dessa midia podre comprometida com uma elite decadente e fascistóide.
Não curto muito chavão, mas é a famosa “direita reacionária”…
esse texto é assustador, mas estando na Veja não me surpreende… Lya Luft e a Veja se merecem….
00anna, obrigada!!!! Fiquei muito feliz com seu comentário. 😀
Credo, que mulher ridícula! Vai ver não enfrentou nenhum tipo de preconceito na vida.
Andrea, me surgiu uma dúvida e gostaria de mandar-lhe um e-mail. Não tenho contato com pessoas autistas e por isso tenho dúvidas. Aliás, um e-mail disponível aqui para todos seria muito bom!
Oi, Bettina! É andrea@lagartavirapupa.com.br.
Um abraço
Não há nada pior para um escritor ou jornalista que escrever sobre algo que não conhece, não pesquisou a fundo ou que não está qualificado para tal. Lya Luft cometeu esse grave deslize, além, é claro, de permitir que sobresaísse o seu estilo “inconfundível” de subjetividade e pouca clareza. Deu no que deu: uma grande polêmica em torno do assunto. Nem o seu texto dessa semana “Os pingos nos is”, tentando “explicar o inexplicável” consegue algum sucesso nesse sentido. Palavras têm poder e quem lida com elas – necessitam dessa clareza. Seria mais verdadeiro o seguinte: “Peço desculpas, eu me equivoquei totalmente, esse meu texto não cumpre os objetivos, os quais sempre tentei defender, estou arrasada”..
Mais um texto infeliz de Lya Luft, mais um texto sem conteúdo. Ela não colocou nenhum pingo no “i”, apenas confirmou suas teorias estranhas. Para mim esta senhora enterrou de vez seu crédito como escritora, momento vergonha alheia por ela. E o pior é que as “grandes” mídias continuam seguindo sem se importar em realmente trasmitir a verdade e deram a ela um espaço de resposta que deveria ser de vocês, pais de crianças autistas, que acabou sendo usado para ela se fazer de coitada e tentar justificar o injustificável….. sem mais o que dizer, nem ela mesmo sabe o que escreve, como coloca em seu texto do tigre, ficou claro que ela escreve por escrever, sem forma ou conteúdo, provavelmente apenas para vender. :/
Andrea,
Mais uma vez parabéns, pela sua clareza, lucidez e exposição dos argumentos. Na verdade, a maioria das escolas se pudesse só aceitaria crianças nota 10. Meu filho, neurotípico, (aprendi aqui) acabou de fazer prova para um colégio religioso (!) para o terceiro ano do fundamental. E segunda avaliação da coordenadora ele não passou na prova porque, palavras dela, não está dentro dos padrões que se esperam para crianças do terceiro ano. Crianças com 8 anos de idade! Deveria ser proibido “provinhas” ou recusa a qualquer criança em qualquer escola, seja ela particular ou não. É como se estivéssemos criando um mundo onde de um lado vão ficar os que “estão dentro do padrão” e de outro lado o “resto”. Sinceramente, prefiro mil vezes que meu filho cresça fora de todos os padrões se for pra ser uma pessoa melhor que essas pessoas.
Sim, Giovanna. Escola virou negócio e está perdendo muito o fator humano. O importante é tirar nota alta no ENEM.
Ao ler a coluna da Lya Luft de 31/12/2012 levei um choque, algo como um soco no estômago.
Ela escreve contra a inclusão e a favor da segregação das crianças e jovens com transtornos mentais como os autistas e aspergers. É como se dissesse: “Mantenham os anormais longe de nossos filhos normais. São desagradáveis e perigosos demais para conviver entre nós.” Num momento onde a luta pela inclusão ganha força, onde a aceitação das diferenças é o ponto de partida para uma sociedade mais justa, as palavras da Lya Luft tem o peso de influenciar pessoas. O posicionamento dela me fez lembrar como foi difícil a minha infância sendo negra no meio da maioria branca. Talvez, a melhor saída seria meus pais me matricularem numa escola com mais crianças negras? Eu não sofreria o que hoje chamam de bulling, mas talvez não chegasse a faculdade com a nota de 9,90. Na faculdade eu era a única negra da minha turma, deveria eu ter me acovardado e voltado para “o meu lugar”? Se a minha presença incomodava os brancos ricos, então deveria eu ter contrariado o politicamente correto direito que me foi assegurado de estar ali? Ora…E não é isto que a senhora Lya Luft diz sobre as crianças portadoras de algum transtorno mental? “Autistas, Aspergers e demais ‘anormais’, voltem para as clínicas especializadas, voltem para o seu lugar.”
Lamentável o deserviço que a senhora Lya Luft prestou com suas considerações. Conviver com as diferenças é aprender a ser plural.
Ass.: Padma Surya, mãe de um lindo garotinho autista.
Pois é, Padma. Infelizmente pra ela, vamos continuar INCOMODANDO! 🙂
Bjo
Quanto mais leio mas vejo o quanto ainda devo ler. Quanto mais estudo mais ignorante vejo que somos. Por isso agora tento ler com continuidade e foco em uma área de atuação, porém sem ignorar o necessário para ter uma visão social geral.
Acordo muito cedo todos os dias e levo meu filho na escola e percebo o quanto lutamos durante uma vida onde passamos anos tentando fazer deles SERES HUMANOS GUIADOS PARA O UNIVERSAL. Alguns pais fazem isso conscientemente e outros inconscientemente.
Acabei de falar ao João(filho) no carro(caminho para escola) que não podemos passar anos de nossas vidas visando o preparo para serventia em idade ativa sem avaliar que o objetivo de ganhar dinheiro é muito pouco para tanta luta. Devemos deixar nossas sementes para uma humanidade mais justa, um mundo melhor.
Lya Luft é ser humano também e erra como todos nós. Não tenho conhecimentos de pedagogia, sociologia ou sei lá se psicológicos ou psiquiátricos para avaliar o caso em específico mas tenho amor bastante para entender a todos que aqui fazem seus depoimentos.
Acredito por isso ser interessante não palpitar sobre assuntos que não temos o domínio. Esse foi o erro de Lya Luft por escrever impulsivamente sobre um tema específico como esse.
Em verdade todos nós erramos, e vamos caminhar e tropeçar ainda por tempos pois somos TODOS imperfeitos, nem anjos nem demônios no caminho da evolução.
Por isso defendo a ideia de deixar quem entenda melhor e se empenhe em resolver o assunto trazer as soluções. Vamos tomar conhecimento do geral em termos que não temos expertise e deixar os especialistas colocar a melhor forma de nos socializarmos. O Autoconhecimento é uma ótima saída para sabermos onde devemos atuar. Assim saberemos onde devemos nos colocar dentro desse grande complexo social atual onde existem várias questões a serem trabalhadas.
Lya Luft pode dar sua grande contribuição nos assuntos que tem domínio, e nós todos podemos reconhecer que ela já tem o mister de ser considerada uma colaboradora, por contribuir com a evolução dos seres humanos, sensibilizando e mostrando valores em outros trabalhos. Muito mais acertou que errou. Vamos superar o erro e deixá-la tomar conhecimento de que o melhor é ter conhecimento antes de nos reportarmos a qualquer assunto. Nós também precisamos errar e descobrir nossos vícios para progredir. Faz parte da dinâmica do progresso pessoal!