Os sentimentos que temos após o diagnóstico do filho com alguma deficiência são devastadores. Somente quem passa por esta situação sabe com dói. E, de tão dolorido, esse período é chamado de luto. Obviamente não houve morte concreta, mas a morte do filho idealizado também é extremamente sofrida. Para alguns mais do que para outros.
Algumas pessoas conseguem elaborar melhor a situação e deixar o luto mais cedo que outras. Esse tempo é muito pessoal e depende de diversos fatores, mas resolvi juntas aqui 10 sugestões que eu acredito que possam ajudar neste momento.
Sei que muitos desses comportamentos são inconscientes, mas na medida em que lemos sobre eles, podemos começar a nos policiar para revertê-los, certo?
Então, leia e compartilhe com os amigos e amigas que estão passando por esta situação.
1. Apaixone-se pela criança real.
Essa talvez seja a dica mais importante. O segredo aqui é começar a ocupar a mente com tudo que seu filho ou filha tem de belo, de positivo, de amável. Tire muitas fotos e organize álbuns, abrace, beije, observe com amor cada carinha, cada gesto, curta os momentos juntos. Foque no positivo, e garanto que você vai achar muitas coisas para se apaixonar!
2. Pare de comparar seu filho com a sua sobrinha ou o filho da sua amiga.
Seu bebê agora tem suas próprias metas. Ele tem uma régua própria. Foque no que ele pode alcançar, e não em quanto tempo pode demorar.
3. Anote, semana a semana, todos os progressos dele, por menores que pareçam, e comemore cada pequena vitória.
Isso vai te ajudar a ver como as alegrias desse novo mundo são significativas, e também vai te dar uma perspectiva melhor sobre o ganho total que seu filho está tendo com as intervenções.
4. Afaste-se de pessoas (e profissionais) negativos ou frios demais.
Neste momento, você precisa é se cercar de gente otimista, pra cima, que vê o lado cheio do copo e que vai te ajudar puxando para cima, e não pra baixo.
5. Não caia na armadilha da vitimização.
“Por que eu? Por que comigo? Por que o meu filho?”. A vitimização tem vários problemas. Um dos principais é que algumas pessoas se alimentam da atenção que ganham através dela e, depois disso, fica muito mais difícil mudar de postura. O outro é que muita gente acaba se afastando por não saber mais como ajudar, já que estamos sempre reclamando, e isso aumenta a sensação de solidão. Lembre-se de que estamos vivos, somos de carne e osso, e ninguém está livre das intempéries da vida.
6. Pense nos progressos da ciência e da medicina.
Há vários estudos sendo feitos, vários medicamentos novos sendo testados, e seu filho ainda é pequeno. Imagine o que vamos ter de bom e novo daqui a 10 anos?
7. Cuide-se.
Se o choro não passa, você não consegue sair da cama e nem tomar as atitudes necessárias, procure um psicólogo ou um psiquiatra. Você não pode ajudar seu filho se estiver mal.
8. Não se torture.
Pare de olhas as fotos de quando ele ou ela eram bebezinhos procurando por sinais. Pare de pensar onde foi que errou. Pare, apenas pare. Isso não muda a situação atual e definitivamente não ajuda ninguém. O importante agora é olhar pra frente!
9. Arrume alguma atividade positiva para onde canalizar todos esses sentimentos.
Aquele buraco que você sente no peito pode ser preenchido com várias coisas: álcool, comida em excesso, compras desnecessárias…ou atividade física, pintura, meditação, e várias outras opções bem mais saudáveis.
10. Junte-se a outros pais e mães na mesma situação.
Ligue seu radar para encontrar aqueles otimistas, que acharam um caminho, que levam a vida de forma leve e feliz em meio a esta situação. Você vai ouvir vários relatos de progressos, dicas do que fazer ou não fazer, e vai aprender muito com a experiência de quem já passou pela estrada que você está trilhando.
Imagem: Shutterstock
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