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A solução para a “criança terrível”

Imagem: http://bit.ly/1M9mavf

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Um dos desenhos favoritos do Theo é “Masha e o Urso”, que ele já assistia no Youtube desde quando só as versões em russo estavam disponíveis. Masha é uma garotinha terrível, que “causa” sem parar. Já ouvi uma amiga dizer que não gosta que a filha assista ao desenho, porque considera, praticamente, um “mal exemplo”. 

Pois bem. Já comentei que, às vezes, tenho a impressão de que tenho um “menor infrator” aqui em casa. Nos últimos meses, Theo atingiu o grau máximo de “porrolhice” (como o meu marido chama suas molecagens). Tem horas em que ele está, claramente, inquieto procurando algo para bagunçar. Alguma coisa errada pra fazer. É uma traquinagem atrás da outra. E o mocinho é rápido: basta tirar os olhos dele por 10 segundos e…pá…já aprontou alguma.


Uma lista pequena das coisas que ele já andou aprontando nesses momentos terríveis:

  1. jogou um bolo enorme de lenços umedecidos dentro da privada e entupiu;

  2. se lambuzou com geleia de vaselina (um troço horrível que não sai nem com água e sabão);

  3. jogou uma garrafa d’água na minha cama;

  4. jogou um pote de creme Moroccan Oil na banheira. Pra substituir, comprei um Kerastase, que ele também jogou na banheira.

  5. Comeu massinha, tinta, pasta de dente;

  6. Jogou pela janela do segundo andar a chave do carro, um jogo de pincéis e uns brinquedos. E depois ficou querendo tudo de volta;

  7. Arremessou brinquedos da Lola no vizinho;

  8. Se molhou inteiro jogando água pra cima na pia da cozinha;

  9. Esparramou as cebolas que o pai estava fritando na panela;

  10. Jogou arroz cru no estrogonofe que já estava pronto.

São só alguns exemplos. 

Minha tendência nesses momentos, principalmente se estou fazendo algo importante no computador, é ficar chamado “Theo, vem cá”, “Theo, volta aqui”, “Theo, larga isso”. Quem nunca?

Tem horas em que eles parecem inalcançáveis. Tem horas em que a gente se cansa de chamar a atenção. Tem horas em que essa “criança terrível”, praticamente um menor infrator, testa todos os nossos limites.

Eu fiz uma autoanálise do nosso caso e achei a causa do problema. E não é fácil dizer isso, mas ela está em mim. Porque, quando ele fica assim, o que funciona em 90% das vezes é largar tudo o que estou fazendo e – tchanaaaam – dar atenção.

Theo não gosta de brinquedos. O tipo de brincadeira que ele gosta é daquelas bem corporais: deitar a cabeça no colo dele, fazer uns barulhos estranhos, tentar morder aquela “banha” lateral ou uma costelinha. Aí ele volta! Dá gargalhadas! Me puxa de novo e fala “ma” pedindo mais! Fica perto, acessível, interage com gosto. E para de “causar”!

Difícil, então, é fazer ele entender que as brincadeiras que ele gosta são cansativas. E a gente precisa parar um pouco pra se recuperar. 

Todos nós temos muito o que fazer. Trabalhando fora ou não, tarefas não faltam. Aqui, me divido entre arrumar cozinha, lavar roupa, dobrar roupa – e todo o resto das atribuições domésticas – mais tudo relativo ao blog e ao livro, que está em processo de impressão. São muitos emails e mensagens pra responder, decisões pra tomar, pepinos pra resolver, coisas para postar e administrar. E isso toma tempo.

Para piorar, nossas 5 horas atuais à frente do fuso do Brasil fazem com que tudo comece a pipocar mais justamente na hora em que pego o Theo na escola. E ele sente, é claro. Ele me vê mexendo no celular ou no computador. E a forma como tem manifestado essa necessidade de atenção é “causar”. Comportamento é comunicação, lembram?

Um cuidado importante neste momento: não dar a atenção que ele quer imediatamente após fazer uma “porrolhice” muito grande, ou isso servirá como reforço negativo (ele vai perceber que atrai a atenção que gosta fazendo coisa errada). Geralmente, chamo a atenção, espero ele sentar do meu lado e se acalmar um pouco, e aí eu dou o que ele quer.

Dar atenção pra um filho implica em deixar outras coisas de lado. Muitas vezes, é doloroso. Além dos deveres, temos os prazeres: falar com as pessoas, nem que seja pra jogar conversa fora, é um deles. E a internet, principalmente no celular, facilita muito esta parte, e é um perigo.

E, para terminar: se demorei a responder o seu email, a sua entrevista, o seu comentário, se ando meio ausente das redes sociais do Lagarta, então, você já sabe a razão! 

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