Receber um diagnóstico de autismo é algo que faz a vida empacar por um tempo.
Você é mãe de primeira viagem, totalmente inexperiente. Não tem sobrinhos, não tem amigas com filhos pequenos. O que seus olhos veem é uma criança linda, perfeita, só um pouco introspectiva, meio teimosa, e com audição seletiva.
A partir do momento em que um neuropediatra diz “seu filho tem o que chamamos de Transtorno Global do Desenvolvimento”, todo o resto fica menos importante. Depois disso, a gente se esquece das visitas obrigatórias ao pediatra, dos reforços das vacinas, da roupa de caipira que deveria ser comprada para a festa junina da escola.
E, quando vemos os sonhos que tínhamos para nossos filhos serem feitos em pedaços diante de um diagnóstico, esquecemos quem somos, do que gostamos, o que almejamos. Eu me sentia um fantasma vagando em meio às pessoas na rua, no trabalho, no supermercado.
A vida para.
Mas o luto vai, aos poucos, cedendo. Novas amizades trazem boas notícias. Os novos aprendizados desanuviam o céu e tornam tudo menos assustador. Aos poucos, você começa a entender melhor o seu pequeno, como ele pensa, como ele funciona. Também aos poucos, consegue se comunicar melhor com ele, mesmo na ausência da fala. Com as terapias apropriadas, os progressos vão surgindo. E a esperança vira sua melhor amiga. A vida volta a andar.
Nada como o tempo para dar uma nova perspectiva!
E é quando você percebe que, naquele período de mergulho intenso no universo do autismo, você esqueceu quem era. Esqueceu-se do que gostava antes disso tudo. Esqueceu-se dos sonhos que ainda queria realizar. Esqueceu-se do que te dá prazer.
Atualmente, minha vida anda quando me lembro de quem sou. Quando consigo, mesmo que rapidinho, um tempo só pra mim. Seja para ver uma série na TV, fazer minhas próprias unhas no sofá, dar uma volta com o cachorro respirando o ar frio do outono e admirando as folhas marrons e amarelas que se misturam pelo chão.
Minha vida anda quando decido que não estou velha para realizar um sonho antigo. Morar na Suécia, que é um país bem frio, me fez ressuscitar um desejo de infância: aprender a patinar no gelo. E esse tem sido o meu momento mais especial da semana: algo que faço por mim, para mim, com o maior prazer do mundo.
Meu momento especial da semana (arquivo pessoal)
Há pouco tempo, perguntei, na fan page do Facebook, qual foi a última coisa que você fez por você mesmo/a. As respostas não foram lá muito animadoras.
Acredito que os filhos são felizes quando os pais são felizes. Fazer a vida andar é importante para toda a família. E é o que estamos tentando fazer por aqui! 😀
Pensando nisso, queria convidar vocês para participarem do grupo Minha Vida Anda, que a Calçados Bibi criou, no Facebook, onde podemos discutir todos os assuntos que nos afligem enquanto pais e mães, dar risada, desabafar, compartilhar, desanuviar e fazer a vida andar!
Pra entrar no grupo, basta clicar AQUI e solicitar a participação!
E anotem aí: quarta-feira, dia 5 de novembro, das 16 às 18hs, eu vou estar no grupo pra puxar a discussão e bater um papo bem legal com todo mundo! Vejo vocês lá!
Kommentare