Tive o diagnóstico de TDAH (transtorno de déficit de atenção com hiperatividade) depois de adulta. Depois até do diagnóstico do meu filho com autismo. Acho que um diagnóstico de autismo na família abre muito nossos olhos para a neurodiversidade.
Se tem algo que me irrita muito é ler que TDAH não existe. Que foi inventado pela indústria farmacêutica. Ou qualquer outra lenda urbana.
TDAH foi comprovado em várias pesquisas científicas sérias. É altamente herdável e tem muito em comum com o autismo. Não só você encontra pessoas com TDAH em famílias com casos de autismo, como também é uma comorbidade comum a quem está no espectro (caso do meu filho).
A criança com TDAH sofre na escola e o adulto sofre no trabalho. Não é brincadeira, não é “rótulo”, é real.
Se há crianças sendo diagnosticadas como TDAH por erro, eu não duvido, claro. Por isso a capacitação dos profissionais é tão importante. Mas o diagnóstico correto tem ajudado muitas crianças a superarem as dificuldades do TDAH, e isso não significa, obrigatoriamente, medicação.
Ao mesmo tempo, negar medicação a quem se beneficiaria absurdamente dela chega a ser cruel. Uma análise detalhada de cada caso é necessária, além da sensibilidade e do bom senso do médico e dos familiares.
Por causa do TDAH, já perdi empregos. Já esqueci uma mala na calçada do aeroporto. Deixei o computador no teto do carro e saí da garagem. Esqueço o nome de qualquer pessoa apenas 5 segundos após ser apresentada a ela. Não memorizo caminhos nas ruas. Sou um constante teste à paciência do meu marido, com os casos que ele tem que me contar mais de uma vez porque eu “não ouvi” da primeira. Tenho milhares de projetos incríveis e ideias muito bacanas que nunca consigo tirar do papel. Comecei coisas incríveis e não dei prosseguimento.
Não é moda, não é legal, não é engraçadinho. É pra ser levado a sério.
Após todo este desabafo, segue um vídeo curto sobre o assunto!
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