Todos sempre me dizem que sou forte. De tanto ouvir, acabei acreditando.
Sou forte mesmo. Levo numa boa coisas que desmontam muita gente por aí.
Quinta-feira passada, acordei com uma horrível dor de garganta e calafrios…isso já era sinal de febre. Eu NUNCA fico doente! Nunca mesmo! Nem me lembro da última vez que tive uma amigdalite! E a última febre que eu tive, devido a uma mastite, Theo ainda era bebê! Fui pega totalmente de surpresa.
Eu não me lembrava de como a dor de garganta tira totalmente o apetite e a febre faz todos os ossos do corpo doerem.
Mas, naquela mesma quinta-feira, eu tinha um exame pra fazer. E fui pro laboratório, ainda com febre e em jejum…às 8 da manhã, logo depois de deixar um certo rapazinho na escola (que resolveu ir dormir só às 4 da manhã). Claro que isso não ia dar em coisa boa…tive uma queda de pressão e acabei encostando o carro no caminho para vomitar. Péssimo…
Chegando lá, uma fila enorme. Quando, finalmente, fui atendida no balcão, pedi para ser colocada em prioridade, pois estava realmente mal. Ao todo, passei uma hora e meia naquele laboratório infeliz até ser atendida…por uma pessoa que me amarrou uma luva cirúrgica no braço (como doeu!) e, claramente, furou meu braço ao menos 2 vezes para tirar sangue.
Estou com um hematoma horrível até agora. Passei o dia inteiro com muita febre, sempre acima de 39. Theozinho não se conformava em só me ver no sofá. Queria ficar deitado em cima de mim. Ele não é lá muito “delicado” e acaba distribuindo umas cotoveladas ou joelhadas sem querer. E eu falava “amor, mamãe está dodói. Cuidado com a mamãe, faça carinho”. E eu via ele se esforçando, coitadinho. Lutando contra a própria “descoordenação motora”.
Ontem, lá fui eu fazer outro exame. Vida de quem vai mudar de país…milhares de checkups pra fazer. Ainda estava com febre. Mas, pelo menos, o exame era agendado. Lá fui eu ao mesmo laboratório. Cheguei com a meia hora de antecedência que eles pedem e fiquei aguardando. Calafrios de febre, muita fraqueza.
Após UMA HORA E MEIA de atraso para um exame agendado, quebrei. Comecei a chorar. Não conseguia, realmente, segurar as lágrimas. Chorava de soluçar. Eu queria estar na minha cama, me sentia mal, me sentia desrespeitada por aquele lugar. Meu marido, ao telefone, me mandava voltar pra casa imediatamente. Uma das atendentes me viu chorar e, coincidência, eu fui a próxima a ser chamada.
Voltei pra casa tão alterada que até errei o caminho…o mesmo que eu faço há quase um ano.
Mas por que eu estou contando isso tudo? Primeiro, pra mostrar que ninguém consegue ser forte o tempo todo. Nem eu, nem você, nem a sua mãe, nem o seu marido, nem o seu filho. Chorar faz parte. Às vezes, faz até bem.
Segundo, pra pedir um pouco de compreensão pra algumas pessoas. Nos últimos 3 dias, tive uma dor de garganta insuportável ao ponto de ficar sem comer, com dificuldades até pra falar, muita febre, mas ainda tinha exames pra fazer, filas pra pegar, um filho pra olhar, contas pra pagar. E ainda tive que lidar com a incompetência de um laboratório e, pra piorar, pessoas mandando mensagens meio “desaforadas” para o blog porque eu estou demorando a responder emails.
Gente, eu não sou a Mulher Maravilha! Hoje, tudo o que eu quero é que o marido me dê colo, o filho me dê carinho, o antibiótico funcione e que algumas pessoas que acompanham o blog tenham um pouco de compreensão.
Posso contar com vocês? 🙂
Essa NÃO sou eu! (imagem: http://bit.ly/1be8n0A)
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