Os filhos são a parte mais importante da nossa vida. Isso, ninguém há de negar, né?! Tudo gira em torno deles. Desde que nascem, passam a ser a prioridade na casa, no calendário, mudam nossa rotina, estabelecem novos horários, fazem a gente parar de comer miojo na janta. E, depois de algum tempo nessa nova rotina, acabamos nos esquecendo de como era antes. O que fazíamos quando éramos só um casal? Provavelmente, dormíamos até tarde, comíamos fora do horário quando dava na telha (até miojo), namorávamos sem medo de ser interrompidos (ou vistos). Pois eu acredito que momentos assim fazem falta na vida do casal. Depois que temos filhos, dificilmente ficamos a sós e curtimos o parceiro ou parceira sem maiores preocupações. Esse tipo de pausa, na minha experiência, fortalece o casal e renova as forças para a vida com os filhos, que é uma delícia, mas também pode ser bem exaustiva, principalmente se você, colega, tem uma criança com necessidades especiais. Não acho que a vida em família deva excluir a vida em casal. As duas coisas podem e devem conviver de forma harmônica. Não deixamos de ser mulheres – com sonhos, desejos, preferências – depois que nos tornamos mães. Poder resgatar isso tudo de vez em quando é importante e nos dá forças para o dia a dia. Portanto, se você tem alguém (ou alguéns) com quem pode contar para ficar com seu(s) filho(s), eu sugeriria não dispensar esta oportunidade! Até porque conheço uma dúzia de pessoas que adoraria poder fazer isso e não tem com quem deixar os filhos. 🙁 Se você tem dificuldades para ficar longe da cria, tente primeiro um fim de semana. Aos poucos, você pode ir esticando este tempo!
Viajo sozinha com meu marido desde que o Theo era bebê. Na primeira vez, ele tinha 8 meses e meus sogros ficaram com ele para viajarmos durante o carnaval.
Na nossa última viagem a sós, no início desse mês, deixamos Theo com eles novamente e viajamos. Quando morávamos em São Paulo, sempre achei mais fácil programar as viagens durante o período em que o Theo tivesse aula. Assim, ele ficaria menos tempo em casa e cuidar dele seria mais tranquilo. (As amigas e amigos aí que vão concordar que férias escolares são a treva, principalmente para as crianças autistas). Então, geralmente, ou os meus pais vinham de Minas, ou os meus sogros se mudavam temporariamente para o nosso apartamento. Assim, Theo continuava perto da escola, da natação, das terapias.
Férias é um período bem sem rotina. Então, não tive muitas instruções pra deixar desta vez. Mas, quando ele era menor e era semana escolar, eu costumava deixar o “Manual do Theo” com os sogros ou meus pais. O guia tem um apanhado das informações mais importantes sobre a rotina, alimentação, atividades e contatos importantes. Aqui vai o modelo do último guia que fiz pra ele (apaguei as informações pessoais e cada um pode preencher com o que for mais relevante). 🙂
E como eles ficam?
A minha experiência se resume ao Theo. Posso dizer que ele fica muito bem, sim!
Uma forma de prepará-los para a viagem é usar a história social, que expliquei NESTE post.
Na nossa última viagem, a saída foi dramática porque o Theo resolveu ir ao aeroporto nos levar com os avós. Chegando lá, quis descer do carro e ir junto. Como não pode, chorou bem sentido. Não vou negar que foi horrível. Pensei bastante nisso durante o voo. Mas, chegando ao hotel, conversamos com os sogros pelo Facetime e vimos que ele estava bem, tinha se acabado no parque e na piscina e estava feliz de novo. Isso confortou o meu coração e pude aproveitar a viagem!
E, pra quem ainda acha que ele ficou sofrendo ou deprimido, olha aí a carinha dele aproveitando a praia com os avós!
Outra dica: se o seu filho é bem visual, os avós podem mostrar um calendário pra ele mostrando quantos dias faltam para o papai e a mamãe voltarem. Ele pode ir riscando os dias. Aqui tem um exemplo que eu usei quando meu marido viajava muito:
Basta ir riscando os dias com ele!
Como a gente fica?
Eu poderia dar uma de “mãe sofredora e que nem aproveita a viagem de tantas saudades”. Mas vocês sabem que eu sou honesta, né?! A verdade é que sinto, sim, saudades (e, nisso, o Facetime ou Skype ajudam bastante). E fiquei, sim, triste no primeiro dia por causa da saída meio tumultuada. Mas, depois de ver que estava tudo bem com ele, fiquei mesmo é de papo pro ar, curtindo o marido, tomando umas biritas e relaxando na praia.
Teve boatos que eu tava na piorrrrrr
Pra encerrar: a gente precisa de férias sozinhos, sim. E eles também curtem umas férias dos pais, saindo da rotina e comendo o que a vovó achar melhor. Por que não? 🙂
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